O russo Pitirim Alexandrovitch Sorokin foi um filósofo, sociólogo e historiador que viveu em pleno os anos da Revolução Russa. Durante a guerra civil, Sorokin foi um ativo contrarrevolucionário e opôs-se à ideologia comunista, factos esses que eventualmente o levaram à prisão, e até mesmo, à sentença de morte.
A verdade é que Lenine acabou por anular a condenação do jovem Sorokin e poupar-lhe a vida. Muitos acreditam que essa decisão adveio do desejo de Lenine de se apresentar como um líder benevolente. De facto, o próprio Lenine escreveu um artigo em que se exaltava por ter permitido que Pitirim Sorokin vivesse.
Ainda assim, Sorokin nunca deixou de ser um ávido opositor do regime. As suas críticas abertas conduziram-no ao exílio. Em 1930, tornou-se cidadão dos Estados Unidos. Aceitou o cargo de professor de Sociologia na prestigiada Universidade de Harvard, e ainda de presidente do departamento da área disciplinar.
Sete anos depois, Sorokin publica os primeiros volumes da obra que inegavelmente pautou a sua carreira de forma mais marcada, Dinâmicas Sociais e Culturas. É nestes milhares de páginas que se revela de forma ampla a ideologia filosófica de Pitirim Sorokin.
Sorokin centra-se no estudo das sociedades e das culturas. Rejeita a teoria da evolução das sociedades como ciclos de vida naturais, mas também as teorias do progresso da humanidade.
Segundo o teórico, as culturas civilizadas não entram em declínio, pelo menos no sentido mais comum do termo, mas oscilam entre diversas fases. Cada uma das fases decorre por centenas de anos.
Nesse período, as culturas são dominadas por uma perspetiva própria e única, integrada em todos os aspetos da sociedade, desde a governação, a ciência e a religião, até às artes plásticas, à música, à filosofia e à literatura.