Num artigo recente, a Alameda Digital abriu a discussão sobre as questões relacionadas com a reprodução artificial, ou reprodução medicamente assistida, que mais suscitam dúvidas, preocupações e opiniões diversas.
Abordámos duas dessas questões: os embriões humanos excedentários e o diagnóstico pré-implantação. Está na altura de colocarmos o foco em três outras.
Reprodução heteróloga
No âmbito da técnica conhecida como reprodução heteróloga, dá-se o recurso a espermatozoides, gâmetas ou óvulos de um dador, uma terceira parte. Isso leva a que, em termos técnicos, a criança tenha entre três a cinco progenitores, o que deixa vários casais inférteis desconfortáveis.
Adicionalmente, a reprodução heteróloga apresenta ainda outra desvantagem no parecer dos críticos, a qual se prende com a fomentação de um comércio, por vezes pouco regulado, de esperma e ovócitos.
Identidade do dador
Ainda no que diz respeito aos dadores, uma das condições fundamentais para a sua existência é o sigilo absoluto quanto à sua identidade.
Este fator inquieta vários pais e mães e fá-los repensar o processo de reprodução artificial. Desconhecerão o indivíduo que contribuiu para a fecundação do seu filho.
E se os pais desejarem ser abertos com as suas crianças e falar-lhes sobre as técnicas a que recorreram? Será que os filhos vão desejar conhecer a terceira parte?
Maternidade de substituição
Esta prática é comummente conhecida como barriga de aluguer. Há quem defenda que o facto de o filho ser vedado do contacto com a pessoa que o gerou no ventre, após ter criado laços afetivos na gestação, pode afetar profundamente tanto a criança como a mulher.
Em resumo, os embriões humanos excedentários, o diagnóstico pré-implantação, a reprodução heteróloga, a identidade do dador e a maternidade de substituição são questões de extrema importância para trazer à mesa nas conversas sobre a reprodução medicamente assistida.