De forma simples, a reprodução artificial, ou reprodução medicamente assistida (RMP), refere-se ao conjunto de procedimentos e técnicas que têm como finalidade permitir que indivíduos ou casais inférteis garantam a oportunidade de ter filhos.
A fecundação pode ser feita exteriormente ou interiormente ao corpo da mãe. De forma geral, a reprodução medicamente assistida é vista como uma resposta viável a uma situação que atinge de frustração e tristeza várias pessoas e famílias, a infertilidade.
Ainda assim, as questões científicas, éticas e legislativas relacionadas com a reprodução artificial continuam a levantar várias dúvidas e a constituir o ponto de partida para debates entre grupos que apoiam diferentes tipos de soluções.
Aqui ficam duas das questões que, se refletidas e discutidas de forma aberta, podem beneficiar e esclarecer aqueles que pensam recorrer às técnicas de reprodução artificial.
Embriões humanos excedentários
Estima-se que para conseguir uma gestação bem-sucedida, é necessário recorrer à criação de até dez embriões em contexto laboratorial, dos quais muitos são congelados e não implantados.
Vários países proíbem a criação de embriões humanos excedentários. Outros permitem-no e usam os embriões para investigação, refinamento de técnicas ou recolha de células estaminais.
Diagnóstico pré-implantação
A partir desta técnica, os médicos ou os pais podem escolher os embriões que, de forma mais completa, preenchem os seus requisitos. A prática do diagnóstico pré-implantação implica a criação, e provável consequente destruição, de embriões excedentários.
As críticas mais comuns a esta técnica remetem para a preocupação com que a mesma abra um precedente para o eugenismo, e para a consideração de que a escolha dos embriões reflete uma relação distante e quase instrumental entre os pais e os seus filhos programados à medida.
Estas são apenas duas das inúmeras questões levantadas pela reprodução medicamente assistida, as quais criam inquietações, tanto entre os críticos, como entre os defensores.